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Como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo afeta os relacionamentos?



Como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo afeta os relacionamentos?


É horrível ter TOC, mas a desordem é ainda pior especialmente quando ela causa problemas de relacionamento. O parceiro frequentemente é colocado em uma posição desconfortável, tentando entender os comportamentos que são muitas vezes esquisitos. Na perspectiva do parceiro, muitos compromissos e sacrifícios são feitos frequentemente. Isso às vezes provoca ressentimentos e atritos no relacionamento.

Por outro lado, a pessoa com o transtorno obsessivo compulsivo precisa desesperadamente da ajuda do parceiro ou de alguém que ele confia. Eles podem sentir-se impotentes em saber que o as pessoas que não têm TOC ( transtorno obsessivo compulsivo) realmente não conseguem entender o quanto a doença controla suas ações.

Uma pessoa com TOC pode sentir-se traído quando alguma regra "pessoal" é acidentalmente quebrada / ignorada por seu sócio, ou quando o distúrbio é usado como o ponto focal dos conflitos cotidianos dentro do relacionamento.

Muitas vezes, a pessoa que não possui esta doença terá uma maneira melhor de lidar com as coisas. E ver um ente querido tentando lidar com a doença e sendo atormentado por suas obsessões pode ser extremamente perturbador.

As pessoas que não possuem esta disfunção podem se sentir colocados em uma posição impossível. Por um lado, eles podem se sentir compelido a ajudar os seus parceiros, acomodando os seus medos bizarros e irracionais e rituais - embora, por outro lado eles podem estar relutantes em fazer qualquer coisa que possa fazer a doença piorar. Isto pode empurrar a teoria conhecida como "amor durão" para dar limites.

Depois de anos vivenciando esta desordem, uma quantidade tremenda de tensão é colocada sobre o relacionamento. Ambos os parceiros podem ter vários sentimentos e emoções sobre o outro.

A pessoa sem a desordem pode se sentir tão absorvido no mundo bizarro do seu parceiro que tem o TOC, que parece que eles vivenciam o transtorno com eles. Naturalmente, também pode haver sentimentos de ressentimento, especialmente se eles foram limitados na sua vida de fazer coisas que lhe proporciem prazer. Eles podem muito bem ter sido impedido de fazer certas coisas ou ir a certos lugares, devido a temores de seus parceiros.

O pessoa com o transtorno tem a assistência, apoio e cooperação dos outros, especialmente quando se diz respeito as compulsões, mas isso pode resultar em uma sensação de culpa por pertubar a vida do seu parceiro de uma forma tão intensa.

Evidentemente é uma luta que as famílias que possuem uma pessoa com essa desordem enfretam, e também é uma pressão muito grande que eles experimentam. Alguns membros de uma família podem não entender ou tolerar o comportamento irracional de que a doença proporciona. É importante dar aos membros da família o máximo de informação e educação sobre a doença quanto possível, para que todos dentro da unidade familiar compreenda a seriedade do quadro, sintomas, bem como o montante de tormento repetidamente que eles experimentam diariamente. A família também deve descobrir a melhor maneira que pode lidar com a doença sem torná-la pior - tanto para o doente como para si! De forma a não alimentar o ciclo da doença.

Não há dúvida de que uma pessoa com o TOC devido a sua forma de se relacionar com a vida e como um todo também terá uma relação com os seus familiares de forma a aumentar os conflitos familiares e a pressão. Existe muitos casais e famílias que rompem as relações devido ao TOC sendo usado como uma desculpa real ou imaginária. No entanto, existem também muitas pessoas que se sentem desafiadas pelo TOC e tornam-se pessoas mais próximas e melhores pessoas. Não é fácil lidar com os sintomas doTOC ou compartilhar a dor, vergonha ou a falta de esperança que ela traz. É difícil estar em uma das extremidades da "Amor durão".

O maior sentimento que todos podemos ter e compartilhar, é o "amor". É a única coisa que mantém qualquer relação, inclusive a familiar. E no final, é esse presente que vai manter qualquer relacionamento vivo.

Daniela Cracel

Comentários

Este comentário foi removido pelo autor.
Dani, eu me identifiquei bastante com o texto. Realmente é horrível conviver com o cerébro ligado ao turbo com pensamentos obssessivos; é daí que vem minhas compulsões de repetir coisas que ja sei que não dão certo. Mas felizmente, ultimamente tenho sido mais forte pra lutar contra esse quadro depressivo.

O TOC atrapalha muito na minha vida social, mas esse transtorno não vai me vencer; porque sei que posso ser mais forte sendo criativo para encontrar novos caminhos através de inteligência própria e alheia. Não somos nada sem nossa família ou (e também) de nossas boas amizades.

Obrigado por postar esse texto Dani, eu realmente precisava de novas reflexões pra buscar mais força.
Emerson Eduardo disse…
Outro tópico de extrema relevancia.
Infelizmente um excesso de atascos na sua vida pessoal e desentendimentos podem potencializar e desencadear reaçoes perigosas mesmo.
Para entender mais: http://silviokoerich.blogspot.com/
Boa sorte e muito obrigado Dani!
Fabiano Vieira de Oliveira disse…
Olá Dani....
POr favor preciso da sua ajuda !!!
Minha namorada ( que alías se cham Dani tbm ) tem TOC e depressão crônica, ela se odeia e não consegue ter pensamentos positivos, tanto quando o seu passado, presente e futuro. ela está na beira de cometer uma bobagem. Já fiz de tudo pra tentar ajudar e já nem sei mais o que fazer !!! Segue meus contatos.
email/msn: fabiano_vieia_oliveira@hotmail.com

no aguardo e grato desde já
Daniela Cracel disse…
Olá Fabiano,

Tudo bem?

Te enviei um mail e ele retornou!!
Quer me ligar?

Assim falo melhor com vc!

Ou, manda um mail direto para daniela.cracel@gmail.com

Daniela Cracel
Psicóloga
21 9856 2593
21 9467 8545
Anônimo disse…
Tbm tenho TOC, e é muito chato, estou sempre a procura de uma forma nova de entender meu problema para poder ser mais poderoso que ele. O meu é de cunho-sexual, e é chato pra caramba. A vida interna vira um inferno. Que todos com essa porcaria de problema possam ser vitoriosos.
Anônimo disse…
Tenho um namorado á 8 anos que me chama de amiga.Ele não assume o relacionamento e sei que tem TOC pelos sintomas que apresenta de lavar as mãos, repetir palavras na organização da casa.E agora deixou de fazer sexo.
Como agir?
MAN
Daniela Cracel disse…
Olá,
em relação ao que vc falou Man é necessário que ele busque ajuda de um profissional para ter a certeza do diagnóstico. E assim poder ajudá-lo de forma mais eficaz...quanto a questão sexual é necessário um maior entendimento do que está acontecendo com ele...
Att.
Daniela Cracel
Psicóloga
21 9856 2593
21 9467 8545
Anônimo disse…
Ola, namoro uma pessoa que tem TOC a 5 anos. No começo as vezes nem parecia que ele tinha porem, recentemente andou se agravando cada vez mais e, andei percebendo que normalmente fica pior quando estou perto, quando nao estou com ele, ele fica melhor.
Ele me diz que estou fazendo errado. o que estou fazendo errado? Me adaptei ao toc dele e faço tudo para ajuda-lo, limpo o quarto colocando as coisas em seus exatos lugares, não entro com roupas da rua em seu quarto e nem com sapatos, etc... Será que estou exagerando? Preciso contraria-lo mais?
Obrigada.
Anônimo disse…
Termina rápido. Você já fez o que pôde.
Anônimo disse…
Olá Mo, eu tb estou passando por isso e sou casada com uma pessoa que tem TOC. Faço de tudo para agradá-lo e não ter motivos para se irritar, mas sempre há alguma coisa que o irrita. Não são todos os momentos que ele fica agressivo, mas há períodos que quando estou por perto ele se irrita, não mede as palavras, não escuta, eu fico assustada com o comportamento dele e percebo que desconta sua raiva até no modo de dirigir. Para a maioria é simples falar "termina", mas só quem passa por isso sabe o quanto é dificil. A pessoa não escuta e não admite que precisa de ajuda. Acho que o motivo não é não gostar mais, pois várias vezes conversamos e deixei claro que ele pode seguir em frente se não quiser continuar casado. Querer melhorar só depende dele.
Anônimo disse…
Olá! Nossa, como os relatos são parecidos! Namoro um rapaz que tem toc desde os 16 anos, e agora aos 27, piorou. Namoramos tem 3 anos, nunca viajamos, não o apresentei aos meus amigos - pq ele nunca quer ir aos lugares e qd diz que quer, fica horas no banheiro até não dar mais tempo, fora várias outras coisas relacionadas ao prazer - lugares, festas, passeios simples, etc...
Confesso que por muitos momentos, me canso e muito, pois eu adoraria que ele se tratasse, mas ele acha "psicologo e psiquiatra" coisa de idiota. A familia dele - mais a mãe, o educaram para terem medos até de respirar, acho que isso influenciou um pouco para ter toc, não sei... só sei que ela é muito pessimista, neurótica mesmo, embora seja uma mulher muito batalhadora, mas parece ter perdido o brilho que tinha qd vejo fotos antigas dela... e ele infelizmente ouve MUITO ela, que infelizmente, não tem conhecimento das coisas e acaba influenciando para q ele não saia da barra da saia dela (ate a faculdade dele, ela escolheu, e ele não consegue terminar pq não tem a menor aptidão), e o toc, fique mais forte.
Sou paciente, mas tudo tem limite, acho que ele deveria procurar ajuda médica, tomar os remedios direito (toma luvox), sonhar mais (embora eu saiba que a falta disso eh culpa da falta de serotonina), enfim, estou beeeeem confusa, pois ao mesmo tempo q nao quero mais essa situacao pra mim (sem q ele se trate de vdd), o amo, mas de uma coisa eu sei: assim não dá mais, pois se continuar sem q ele resolva buscar um autoconhecimento e melhora eficaz (terapia cognitiva), eu terminarei, pois tb sou humana, tenho planos e quero viver, e principalmente, quero q ele viva, que realize os planos e sonhos que compartilha comigo (mas q diante da mae, desaparecem), quero que ele seja feliz, que vença o toc, que seja aquilo que ele sempre fala que quer ser: feliz.
Me ajudem, como posso fazer com que ele se convença que tem q buscar uma terapia e principalmente a parar de ouvir a neurótica da mãe? As vezes acho que isso é imaturidade minha (achar que alguém pode convencer outra pessoa a determinadas mudanças).
Ah, e outra coisa, acho que vou parar de fazer tudo oq ele quer, acho que vou tentar desafiar algumas situações, como entrar no quarto, sentar na cama e ficar com as roupas e sapatos que vim da rua... Oq acham? Me desanimo, pois ele se torna grosseiro e arredio, e eu detesto grosserias, detesto! Bom, se puderem, me ajudem!
Camis
Daniela Cracel disse…
Camis te entendo!
Você fez o possível . Pediu para que buscasse ajuda.
se não o fez , e isso te faz mal .
Sair da relação é a saída.
qualquer coisa me mande um zap.
21 994678545
Daniela

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