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Pare e pense nas lembranças felizes da sua vida…

Pare e pense nas lembranças felizes da sua vida…

…Pensou?

Aposto que a maioria delas não envolve dinheiro ou status social, não implica pré-conceitos estéticos ou demonstrações melodramáticas de amor. As lembranças felizes da vida costumam girar em torno de coisas muito simples, vivências do dia-a-dia, aquelas “pequenas coisinhas” para as quais nós não damos a importãncia devida no decorrer dos dias.

Na maioria das vezes nós confundimos as coisas. Costumamos achar que a alegria que sentimos ao receber uma promoção ou concluir um negócio é devida as possibilidades financeiras que isso representa, bobagem! Ficamos alegres por nos sentirmos reconhecidos. Porque mesmo que o dinheiro continue a crescer na nossa conta, a felicidade não vinga se não pudermos constatar que o trabalho que realizamos faz diferença na roda da vida.

Quando alguém nos declara amor de forma ostensiva, tendemos a achar que nosso contentamento vem da dramaticidade da perfomance, do número de flores recebidas ou da extensão do poema recitado. Esqueça isso! Nós queremos compartilhar o nosso amor. Se as flores continuarem a chegar e os poemas continuarem a ser escritos mas a pessoa não estiver lá para dividir tudo aquilo que somos e podemos ser – nos momentos de fracasso ou nos de sucesso – a felicidade não vinga.

Ao conseguirmos comprar a casa sonhada, nos inclinamos à idéia de que podemos ser mais felizes porque teremos mais conforto ou mais status. Pode ser, mas se a casa for grande e bela e não houver com quem habitá-la – amigos, família e/ou amor – e se ela não representar para você a chance da segurança objetiva, que lhe permitirá correr atrás de outros sonhos, mas apenas a confirmação de seu progresso financeiro. Então, a felicidade não vingará.

Não deveríamos perder tanto tempo da vida investindo em coisas que não podem nos fazer felizes: como a busca desenfreada por dinheiro ou pela eterna juventude, a dedicação a uma crença que não confere significado a vida ou uma relação na qual não comungamos do amor. A vida é curta!

Eu sei disso, e você também. Então por que continuamos a viver como se tivéssemos todo o tempo do mundo? Nós não temos. A vida é agora! Pega o telefone e liga para aquela pessoa que você gosta tanto mas que há muito tempo não vê, agora! Diga “Eu te amo” a quem você pode dizer, agora! Faça alguma coisa decente por alguém – inclusive por você mesmo – agora!

Ser feliz implica na capacidade de entrar em sintonia com o fluxo da vida.

O fluxo da vida não nos espera, ele simplesmente flui! Em cada momento, em cada milisegundo do tempo que nossos relógios, calendários e células contabilizam. A vida passa, estejamos usufruindo dela ou não. Sendo assim, a felicidade configura-se numa combinação rítmica entre o que nós precisamos e o que nós desejamos, entre o que podemos viver e o que gostaríamos de realizar.

Podemos mesmo dizer que o potencial para a felicidade é, essencialmente, viver cada experiência como se fosse a última, porque pode ser. Seja a experiência ruim ou boa, prazerosa ou não, vivê-la integralmente nos ajuda a definir o que é realmente importante para nós em nossas vidas. Somente conseguindo identificar o que realmente queremos – mesmo que esse querer seja mutante – é que podemos priorizar e reconhecer aquilo com o que estamos dispostos a compartilhar nosso tão precioso tempo.

E quando conseguimos fazer isso, nos damos conta de que ser feliz é viver a vida que temos para ser vivida com todos os nossos recursos sensoriais. Porque o mundo da nossa vida é o mundo dos sentidos, é através deles que experimentamos o melhor e o pior daquilo que podemos ser. E se os sentidos são a porta para a experiência humana, então eles também são a porta para a felicidade terrena.

Assim, a felicidade pode ser vista como o fruto da experiência humana em sua totalidade, e não apenas momentos apoteóticos isolados no fluxo do tempo. A felicidade seria, portanto, um estado que se oportuniza pela nossa capacidade de usufruir da experiência. A felicidade não é o quê vivemos, mas como vivemos. Por isso a importância dos momentos mais ordinários da nossa vida, porque é nas situações mais confortáveis como àquelas as quais estamos habituados, ou nas mais duras, que podemos revelar toda a nossa capacidade de viver a vida.

Autora: Angelita Scardua
Imagem: http://manualdafelicidade.blogspot.com

Comentários

Adorei as postagens! Sempre vi as lembranças felizes como um alicerce, uma base que nos fortalece para o porvir. Parabéns pelo blog!
Daniela Cracel disse…
Stella, fico feliz de saber que está gostando do blog!
Se tiver vontade de saber sobre algum assunto em especial, pode sugerir, ok?
Muito obrigada pelo carinho!

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