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A Dor da Separação




A Dor da Separação 
Rosemeire Zago
 

Quem está passando por uma separação parece que tudo se torna difícil de ser realizado. Perde-se a vontade de fazer qualquer coisa que seja por si mesma, ainda mais participar ou manter uma reeducação alimentar. 


Isso pode ocorrer porque a pessoa acaba por se sentir tão sem valor, que não encontra forças para fazer algo por ela ou ainda, não acredita ser merecedora de nada que possa fazê-la sentir-se bem, como se houvesse uma culpa oculta por seus sentimentos. Mas podemos, e devemos, fazer algo para que consigamos suportar esse momento tão cruel e que parece não ter fim.

Separar-se de quem se ama não é uma tarefa das mais fáceis. É um momento de muita dor, como se tivessem atingido a nossa própria alma, que agora sangra de tal forma que parece não irá se cicatrizar nunca. As emoções ficam mais expostas e a razão parece sequer existir. Ficamos totalmente sem defesas e, assim, sem proteção. E o que mais nos pedem é que sejamos racionais. Como, quando tudo é sentido com tal intensidade que parece não existir espaço para a razão?

Quando a decisão pela separação é tomada pelos dois, que concordam ser esse o melhor caminho por não haver mais amor, respeito, amizade, objetivos em comum, já é difícil por todo o processo em si que envolve esse momento. Mas existem casos em que a separação acontece quando um, ou muitas vezes, os dois, ainda se amam, mas determinada situação os forçam a se separar.

Ou, ainda, há aquelas que são literalmente abandonadas, sem sequer ter participado da decisão ou sabem os reais fatores que levaram o outro a ir embora. O fato é que a separação quando existe amor é uma fase que machuca demais os envolvidos, não atingindo apenas quem já não sente mais amor, ou quem já está com outra pessoa em seu coração.

Para quem ainda ama, requer muito esforço voltar a sentir prazer pela vida. Afinal, que vida, se sentimos que quem foi levou um pedaço de nós? Dizem que o tempo é o melhor remédio, mas o tempo parece se intensificar e prolongar ainda mais o que tanto dói.
Hoje, sequer existem amigos para dividir esse momento e, muitas vezes, não há família, ou seja, não há ninguém com quem dividir a tristeza, a saudade, com quem falar das dúvidas e perguntas sem fim. Não há quem suporte ao nosso lado e preencha esse vazio tão intenso deixado por quem se foi e por tudo que se acreditou.

É exatamente isso que dá a sensação de vazio, os planos feitos, os sonhos que jamais serão realizados, ao menos com quem se acreditou que seriam. Tudo isso acabou! Acabou o nós e é preciso de novo voltar a dizer eu. Não há mais a nossa casa e sim, a minha. Não há mais as ligações diárias, os jantares a dois, os momentos de prazer, as preocupações divididas. Tudo agora terá que ser feito só.

A certeza de ter alguém que nos espere, que se preocupe, que nos ame, nos dá muitas vezes a segurança para continuar mais um dia e, que, de repente, não sentimos mais. Ficamos inseguras, frágeis, sensíveis e apenas com uma certeza: não somos amadas como esperávamos ser. E isso acaba por se refletir em todas as outras áreas de nossa vida, comprometendo nossa concentração, criatividade, o trabalho e até a própria saúde. 

A tendência nesse momento é lembrar apenas de tudo que havia de bom, dos momentos de alegria. Mas será que era mesmo assim? Se fosse, haveria a separação? É preciso analisar todo o relacionamento para identificar o que era desejo, idealização e o que era realidade. A outra pessoa estava correspondendo aquilo que você esperava dela?

Será que nos últimos meses tudo era mesmo feito junto e com satisfação para ambos? Quem acabava sempre cedendo para agradar apenas ao outro? Quanto será que você não relevou, deixou para lá, não esperou que o outro mudasse? Quais eram os motivos dos desentendimentos, discussões e brigas? Os objetivos de cada um continuavam a ser os mesmos? Os valores também?

Existiam demonstrações constantes de amor? Os dois se sentiam amados e valorizados? O que levou ao distanciamento? Havia diálogo, trocas constante de carinho, cuidado com o outro? Ou será que as palavras de carinho começaram a dar lugar a ofensas e mágoas? Algumas palavras ditas ferem como arma afiada que penetram no mais íntimo de nosso ser, provocando feridas invisíveis, mas que dificilmente cicatrizam. Como e quando as coisas mudaram? Por que não se conseguiu evitar a separação?

Acaba sendo instintivo julgar o outro como responsável pelo nosso sofrimento em função de sua ausência. Mas será que agora você não está tão sozinha quando estavam juntos? Todos esses sentimentos, muitas vezes, contraditórios, podem nos deixar mais confusas ainda, quando o que mais precisamos é de serenidade e confiança.

Sentimos medo de errar de novo, de ficar sozinha, de ninguém mais querer dividir a vida conosco. De não ser mais amada, desejada. De não conseguir superar mais essa perda e, assim, nos isolamos, culpamos-nos pelo que fizemos e deixamos de fazer. E tudo parece não ter mais vida e nem sentido para se continuar vivendo. Será que está sentindo tudo isso porque o outro não está mais ao seu lado ou por que abandonou a si mesma há muito tempo?

É importante nesse momento você responder a si mesma todas essas perguntas com sinceridade para que possa entender todo esse processo e voltar a perceber o valor que com certeza você tem. 

Confrontar-se com os sentimentos que mais doem dentro de você é o caminho mais certo para buscar a força interior que tem e é o que mais precisa nesse momento.

Comentários

Anônimo disse…
Dani, eu me separei tem uns 3 meses... mas ele demonstrava amor até o final, talvez ele estivesse um pouco diferente sim, mas eu estava com problemas na minha empresa e era tanta coisa que não percebi os sinais... Qdo ele me pediu pra desmanchar o namoro eu fui pega com muita surpresa e levou um baque... mas ele acabou me contatndo que me traiu e que a mulher estava grávida...na verdd ele já estava se relacionando com outra... e isso doeu muito pq sempre tivemos um diálogo aberto e eu não dependia dele nem financeiramente e nem emocionalmente falando, talvez estivesse mais frágil em função dos meus problemas pessoais e eaí ele se aproveitou disso e me apunhalou pelas costas... Tenho muita mágoa e decepção...E hj estou bem... mas ainda dói... esse ego que nos persegue, rsrsrsrsr... Desculpe é só um desabafo...
Daniela Cracel disse…
Olá Anônimo, um processo de separação é muito doloroso.. é um luto muito grande!
Mas, fico feliz de saber que vc o superou e por mais que ainda doa... o doer faz parte do processo! Separação é doloroso mesmo! Se tiver interesse em saber mais sobre o assunto ... mande um email para: daniela.cracel@gmail.com
Anônimo disse…
Bom dia! Um dia de cada vez... É assim que estou encarando a vida para ter equilibrio emocional e dar forças para minhas duas filhas... É realmente muito dolorido quando a pessoa que vc ama te abandona, mas o que é mais duro é ter q tomar a decisão ,enquanto ainda se ama o outro, e ter q resistir às promessas de melhora, já ouvidas tantas e tantas vezes, e que nunca foram cumpridas, e ouvir ofensas sem revidar por saber que minhas filhas precisam do contato com essa pessoa, que por mais que não tenha me respeitado e nem cumprido com suas obrigações de pai, ainda assim é o pai que elas amam. Quero deixar um recado para vocês amigas que estão em busca de um grande amor: O amor é muito importante nas nossas vidas, mas antes de abrirmos o coração para outra pessoa é preciso primeiro observar muito bem o caráter dessa pessoa, e não casar acreditando que o amor muda tudo... Hoje estou destruída por dentro, parece que passei por um terremoto interior e nada ficou no lugar, e preciso deixar todo esse sofrimento escondido dentro de mim pra poder apoiar e ser o porto seguro de duas crianças que não entendem porque o papai e a mamãe não querem mais ficar juntos, pq o papai não liga, porque não aparece pra dar um abraço e um beijo de boa noite...

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