Estresse durante a gravidez pode prejudicar o bebê
Marcela Farrás
Estudo americano sugere que gestantes estressadas aumentam as chances dos filhos terem asma no futuro.
Uma vida estressante traz inúmeros malefícios. Correria, falta de tempo e tensões constantes podem causar diversos problemas de saúde. Cada um sabe cuidar de si quando o assunto é estresse. Mas, quando a mulher está grávida, ela precisa pensar nos males que esse tipo de emoção pode trazer também para o bebê. Estudos divulgados em conferência da American Thoracic Society em Toronto, no último dia 18, sugerem que gestantes estressadas podem aumentar as chances de alergias respiratórias no bebê, principalmente da asma.
Segundo os cientistas americanos que desenvolveram a pesquisa, o feto responde às sensações de estresse da mãe produzindo imunoglobina E – um anticorpo relacionado ao desenvolvimento de alergias respiratórias. Com o distúrbio emocional, o organismo da mãe acaba diminuindo as barreiras das células que evitam o contato do bebê com substâncias que poderiam fazer mal para ele. “As defesas maternas diminuem e o bebê fica mais pré-disposto a riscos nessa gravidez”, explica Lister de Macedo Leandro, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz. A partir do início do quarto mês de gestação – quando o embrião passa a ser chamado de feto por ter todos os órgãos formados – as alterações no organismo da mãe podem prejudicar realmente o desenvolvimento do bebê. “No primeiro trimestre da gravidez, os danos não são tão intensos”, completa o especialista.
É importante destacar que este é um primeiro estudo sobre a relação entre estresse na gravidez e alergias no bebê. A partir do alerta feito pelos cientistas americanos, a comunidade médica mundial começa a pesquisar mais sobre o assunto e, após muitos experimentos, comprova ou não a relação direta entre o estresse da mãe e a manifestação de asma nos filhos. Mas, há outros aspectos prejudiciais à própria grávida nesse sentido. “Quando a gestante está estressada, ela mantém toda a musculatura tensa, o que pode levar ao trabalho de parto prematuro”, diz Eduardo Zlotnik, obstetra do Hospital Albert Einstein.
Imagem: mundodastribos.com
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