Pular para o conteúdo principal

O Preço de uma Semente



Um marido não queria mais viver com a mulher e resolveu se divorciar. Mas o casal tinha um filho recém-nascido, e tanto o pai quanto a mãe queriam ficar com o bebê. Foram consultar o juiz e a mulher argumentou:

Carreguei a criança no ventre nove meses. Amamentei-o em meu seio, cantei para ele dormir no meu colo embalei-o todas as noites. Consolei-o quando chorava, cuidei dele quando adoecia. Estou com ele dia e noite e o amo mais que a vida. Deixe-me ficar com ele.

Então foi a vez do homem:

Dei a semente que fez a criança. Portanto, o filho é meu e devo ficar com ele.

O juiz olhou para o homem e falou:

-Então você deu a semente?

-Isso mesmo! - respondeu ele com orgulho. Só precisou de uma semente.

-Entendo disse o juiz. Então o pai dá a semente, a mãe carrega e alimenta a criança. Sendo assim, acho que posso dar uma decisão ao caso. Mas primeiro precisamos pesar umas coisas.

-Mandou trazer uma balança e pesou a criança.

O menino pesa quatro quilos e meio - disse o juiz ao pai. ¾ Se contribuiu com apenas uma semente, pode-se concluir que a mãe deu quatro quilos e meio menos o peso de uma semente. Se quer ficar com a criança, tem que pagar a sua mulher o valor de quatro quilos e meio de comida.

O homem olhou para o juiz como se estivesse na presença de um louco varrido.

- Espere, não acabei - continuou o juiz. ¾ Vamos consultar um carregador de bagagem.

Mandou chamar um carregador e perguntou:

- Quanto cobra para levar uma carga?

- Uma moeda por dia por cada quilo de peso - respondeu ele.

- Muito bem - disse o juiz. - Vamos calcular que essa mulher tenha carregado meio quilo no primeiro mês de gravidez, terminando com quatro quilos e meio no nono mês. Portanto, calculando uma moeda por quilo a cada dia durante nove meses, ela tem direito a mil e quatrocentas moedas. O marido deve pagar a ela mil e quatrocentas moedas por levar a carga para ele.

O homem esbugalhou os olhos.

- Mais uma coisa - disse ainda o juiz. - Se custou tudo isso para trazer a criança ao mundo, pense quanto vai custar para criá-la.

O homem ficou em silêncio, começando a entender.

- Agora entendo, senhor juiz ¾ disse por fim. ¾ Preciso é dividir a carga com minha mulher para equilibrar a balança.

Do livro: O Livro das Virtudes II - O compasso moral
William J. Bennett - Ed. Nova Fronteira


Complementando a leitura...


É interessante como os pais ficam tão preocupados em ajudar os filhos, que geralmente acabam fazendo o contrário... promovem um ciclo vicioso de "eu acho melhor que seja assim, assim é o certo...assim que o meu filho vai ser feliz...assim que eu quero' e acabam esquecendo de um fator muito importante o Filho!!!

E será que o filho quer isso ou aquilo?

Muitas vezes nessas batalhas internas e externas dos conjuguês, os filhos se sentem perdidos, e também desprotegidos.

Isso muitas vezes acaba acontecendo devido aos pais estarem tão envolvidos, na falta do diálogo e da compreenssão um com o outro, e sem querer envolvem seus filhos em seus conflitos que acabam sofrendo tanto ou mais que os próprios. Acabam também conflitados no amor que sentem por ambos.

É necessário lembrar que os pais ao se separar, são eles que estão se separando, os filhos não!! Os filhos continuarão a se relacionar com os dois, e irão depositar amor em ambos.

Realmente uma separação é algo muito doloroso para adultos, e imagina dentro dos coraçãozinhos aflitos dos filhos.

Eles também enfrentam algumas questões muito importantes, a presença desses pais juntos, que eles passarão a ter seus pais separados... a dor deles, que eles terão dificuldades de entender... e até mesmo de separar a dor que é de seus pais e o que é deles... e um detalhe muito importante, a criança quando pequena ainda enxergam esses pais como seus super heróis, e ao ver essa separação percebem o quanto os pais são seres humanos, que sofrem, erram, e também podem falhar... Deixa de olhar esses pais "supers" como pais que fracassam também.

Imaginem só todas as dores que já existem entre os casais ao se separar, mais esses conflitos destes pequenos filhos, que na maioria das vezes, ainda estão estruturando seu ego. Essas crianças que muitas vezes não estão com esse ego ainda estruturados precisam dar conta de todas essas questões. É uma dificuldade muito grande de ter que lidar com o tamanho do conflito deles e o sofrimento emocional.

Sabemos que manuais de pais realmente não existem, mas lembremos de nossas crianças internas e prestemos atenção em como seria estar no lugar deles... dos seus lindos e amados filhos...

Lembre-se que eles não podem e não devem entrar neste conflito como uma "arma"
para agredir um os conjugues, e sim como algo a mais que precisa de muito cuidado nessa hora tão delicada... eles precisam compreender que a separação é de vocês e que o amor que vocês teêm por ele não tem nada a ver com suas questões.

E quando o conjugue, o pai ou a mãe têm um outro relacionamento? Se torna mais difícil ainda, pois muitas vezes um termina a relação e o outro pode continuar envolvido. Sem querer não têm noção do mal que fazem aos seus filhos, quando na raiva soltam queixas aos filhos do pai ou da mãe e até xingam seus ex-maridos e ex-mulheres na frente do mesmo,e às vezes, a terceira pessoa envolvida nesta relação, os atuais relacionamentos de um ou de outro, ou os dois, quando os dois têm relacionamento.

Essas crianças podem começar a adotar uma postura de que precisam agradar seus pais, e muitas vezes acabam "deixando" de viver suas vidas para agradar seus pais. Com medo da perda do amor deles, através dessa postura a criança pode inclusive assumir comportamentos que antes não faziam parte da sua vida, tudo em prol do agradar esses pais, e às vezes em prol de agradar a pessoa com que ele vive a maior parte. De uma certa forma é um comportamento fucional a curto prazo, pois ele se sentirá cumplice da pessoa em questão, e assim contribuirá para ele "não se sentir inseguro" a curto prazo... pois, o que acaba acontecendo é a formação de um ego frágil, e que a longo prazo poderá ter relacionamentos difíceis e muitas inseguranças.

O que estou tentando trazer à tona para vocês que estão passando por isso, ou que conhecem alguém nesta situação é que não existe uma receita de bolo do como fazer para dar certo, mas sim que pode-se haver uma separação um pouco menos dolorosa para os ''pequenos", onde o bom censo reine, e o amor que vocês dois sentem por essa criança ajudem vocês a buscar olhar esta questão por um outro viés.

Lembre-se que essa "sementinha" fruto dos dois de vocês, fica mais fácil e leve quando os dois se responsabilizam por essa nova configuração familiar. Quando os dois resolvem adotar a mesma postura em pró desse filho. Contribuindo para o crescimento dessa criança.

E que juntamente com essa dor interna de vocês lembre-se que tem alguém ali que pode estar sofrendo mais do que vocês adultos, e que com toda certeza precisa que vocês olhem para eles e lembre-se que muitas vezes só uma comunicação com uma escuta de amor é o suficiente para uma separação dolorosa sim, pois todas separações são dolorosas, porém uma separação com mais segurança e mais maturidade é possível, por mais árdua que possa ser essa dor.

Se mesmo assim isso for muito difícil, ou vocês se sentirem incapazes, será que não seria hora para vocês pararem e pensarem em buscar ajuda?




Comentários

Paulo Tamburro disse…
DANIELA, se caio nas suas mãos você terá material para escrever vários livros sobre distintas e diferenciadas doenças psíquicas, ao vivo, a cores e sem nenhum esforço analítico.

Lí as obras completas de Freud aos 17 anos em espanhol.

Uma coleção fantástica em capa dura verde que, a mãe de uma namorada que eu tive me emprestou.

Fiquei, praticamente pirado, pois lia muito mal o espanhol e de psicanálise, não sabia absolutamente nada, quando este admirável Sigmund Freud caiu de graça no meu colo.

Este foi o começo que nunca mais terminou.

No entanto, o que eu gosto mesmo é de comer Nhá-benta ( no sabor tradicional de marshmelow), inclusive, Daniela, descobri que entre a Nhá-benta e as mulheres existe uma inacreditável expectativa de comportamento.

Explico: A Nhá-benta só fica gostosa, se quinze minutos antes de comê-la, você a colocar na geledeira.

Taí,não são só as mulheres que gostam de "preliminares".

Concorda? (rsrs).

Tenhos tres blogs de humor, que eu pretendo, e faço uma força danada para que sejam e transmitam um humor carioca (aliás um espécime em extinção).

Caso queiras conhecê-los, é só clicar no meu nome acima, nesta postagem (mais devagar pois sou reumático-rsrs)e será arremessada)nossa!) à minha página de perfil e lá encontrará em MEUS BLOGS, os LINKS.

Desculpe esta , minuciosa descrição, substimando sua inteligência, como se você você uma retardada, porém eu é que tenho estas "manias" dos detalhes, talvez impregnado no meu inconsciente de tanto ouvir que o Roberto Carlos , também as tem.

Serei seu seguidor!

Um abração carioca.
Unknown disse…
Excelente postagem... realmente os pais deveriam ter empatia com os filhos e se colocarem em seu lugar ao tomar atitudes que irão influenciá-los... geralmente o que acham que será bom para o filho pode surtir efeito inverso... Eu mesmo vivi essa experiência com 4 anos de idade...
Parabéns pelo blog... serei seu seguidor também!
Bjs Dani!
Paulo Tamburro disse…
DANIELA, estou esperando você lá nos meus blogs.

OK?

Não está mais colocando seus textos no blog?

Sou seu seguidor, marcando em cima(rsrsrs)

Um abração carioca.

Postagens mais visitadas deste blog

Um conto de Natal

Um conto de Natal Eu estava em São Francisco, a poucos dias do Natal. As lojas já começavam a ficar lotadas e multidões esperavam impacientemente pelos ônibus e bondes no fim da tarde. Quase todo mundo carregava pilhas de pacotes e o cansaço era tanto, que eu comecei a me perguntar se os inúmeros amigos e parentes mereciam mesmo aqueles presentes e tanto sacrifício. Esse não era bem o espírito de Natal que eu desejava. Finalmente fui literalmente empurrada para dentro de um bonde superlotado e a idéia de ficar ali como sardinha em lata até chegar em casa foi se tornando insuportável. O que eu não daria por um lugar sentada! À medida que algumas pessoas foram descendo, consegui respirar melhor e comecei a notar os outros passageiros. Com o canto do olho, vi um menino pequeno, de pele escura - não poderia ter mais de seis anos - puxando a manga de uma mulher e perguntando: "Quer se sentar?" Ele a levou até o assento vago mais próximo e partiu em busca de outra pessoa

Teste Psicológico para detectar transtornos alimentares - Quizz

Teste Psicológico para detectar transtornos alimentares - Quizz Esse teste psicológico é um breve questionário sobre transtornos alimentares que pode ajudar a você a perceber se está sujeita a desenvolver um distúrbio alimentar, ou se você se preocupa muito com esta questão a ponto de empregar muito tempo ou motivação com este tema: Trata-se de um teste de psicologia que permite uma breve análise como medida para ajudá-la a determinar se você atualmente precisa de um profissional da saúde para um diagnóstico adequado sobre distúrbios alimentares. Os distúrbios alimentares mais freqüentes na população correspondem à anorexia e a bulimia. Por meio deste breve teste psicológico você poderá ter uma medida de rastreio e com isso verificar se pela sua pontuação você tem estado atualmente muito preocupado, ou está desenvolvendo situações que correspondem a um distúrbio alimentar. Logicamente, este breve teste psicológico serve somente para um despertar para a questão e, para que voc

Terapia on line ajuda na cura da depressão.

Terapia online ajuda na cura da depressão Nos anos 60, você podia conversar com a ELIZA, contar sobre seus problemas, e, não importando quão vergonhoso ou difícil fosse o seu problema, ela perguntaria "Isso é muito interessante, por que você acha isso?". Depois da ELIZA, programa de computador criado para emular um terapeuta, a terapia online melhorou muito, e hoje, com a Internet, as pessoas podem usar mensagens instantâneas para se comunicar com seus terapeutas. Um novo estudo sugere que a terapia online em tempo real é eficiente para ajudar pessoas com depressão. Participantes do estudo foram escolhidos para receber terapia online além do cuidado personalizado - que pode incluir o uso de medicamentos antidepressivos - e outro grupo continuou com o tratamento tradicional. O grupo que participou do tratamento online teve dez consultas de 55 minutos. Das 113 pessoas que fizeram a terapia online, 38% se recuperaram da depressão, comparadas com 24% do grupo que fez apen